segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Rúgbi


Sábado fui no rúgbi pela primeira vez. O jogo era Escócia x Argentina, por uma copa que não sei dizer qual é. A função é muito legal, é mesmo um espetáculo. Entraram duas bandas, uma de bagpipe, a gaita-de-fole, e outra com trombones e trompetes e tambores e sei lá mais o quê. Tocaram músicas para a entrada dos times e os hinos de cada um. Quando a Escócia entrou em campo, teve foguetório.

O estádio Murrayfield fica na outra ponta da cidade, com relação a onde eu moro. O lugar é bacana, mas o jogo é esquisito. É muito truncado, os jogadores são umas jamantas e vale mais a força que a habilidade, aparentemente. Parece que quanto mais se agarram, mais a galera grita. A Escócia vinha de uma vitória muito comemorada sobre a Austrália, considerada uma das melhores do mundo. Bom, achei que fosse barbada pro "meu novo país"... rsrsrs. E começou bem, o primeiro tempo terminou 6 x 0 pra Escócia. Mas aí os hermanos voltaram melhor no segundo tempo e, enquanto um jogador escocês era atendido na linha lateral, a Argentina fez os primeiros pontos. Cada "gol" vale 3. Depois só deu Argentina. Acabaram virando pra 9 x 6. Frustração. :P

Antes de entrar

Lá dentro

Aquecimento da Argentina

As bandas entrando em campo


'Scotland, Scotland'

Cadê a bola?

Paradinha estratégica

Esse saiu machucado, e acho que foi feia a coisa,
botaram uma tala na perna

O gol da Argentina que eu não consegui pegar

E fim de papo, 6 x 9

Eu e a Flávia decidimos voltar a pé até o centro, pois o trânsito ficou interrompido pro povo sair do estádio. Acabamos ficando até mais tarde por lá. Visitamos uma feirinha de produtos alemães que sempre tem nesta época nos Gardens. Comemos um negócio parecido com Nutty Bavarian e fomos em direção ao ônibus. Mas aí tinha outro trecho de avenida interrompido. Ia acontecer uma "car parade", um desfile de carros alegóricos. Então ficamos pra assistir. Foi curtinho, mas engraçado.

Car parade

'Olha o leiteee'


Aí começou a ter apresentações musicais na praça do outro lado da rua e resolvemos ficar mais um tempo. Vimos alguma coisa das apresentações e, quando começou um grupinho de rock muito ruinzinho, fomos dar uma caminhada pra ver o que mais tinha de atração por ali. Acabamos entrando numa tenda que estava tendo um tipo de concurso de adivinhação de coisas pelo tato. Havia quatro pessoas vendadas e um cara passando umas coisas pra eles tocarem. A primeira coisa eu não vi, no momento estavam tocando algo parecido com uma linguiça. E depois tocaram um troço parecido com um matinho. Bom, aí o apresentador perguntou o que eram as coisas e o povo só acertou a última, que era alga. A primeira, que eu não vi, era uma lula e a segunda era haggis, uma comida típica daqui. Aí ficaram dois finalistas e a prova final era cortar uma lula do jeito que o chef ia ensinar pra eles. Uma guria acabou vencendo. Depois de um intervalo, o chef preparou umas comidas pra gente provar e encerraram-se as atividades do dia.

Ali naquela tendinha tem comida

Fala, lula

O chef ensinou a estripar

Acho que o tiozinho ali do lado perdeu porque ficou com nojo

E aí estão as tripas

Depois, provinha

Não, não era lula, era frango, peixe e carne,
mais uma sopa de batata



terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ônibus


Hoje aconteceu uma coisa inusitada. A Flávia resolveu ir mais cedo pra universidade pra tomar café lá, pois estão reformando a cozinha aqui do apê e ficou difícil comer em casa. Fui junto. Quando subimos no ônibus, o motorista perguntou se a gente ia pra faculdade, dissemos que sim, aí ele ficou conversando com a Flávia. Achei engraçada a pergunta, pensei que eu tinha entrado no ônibus errado. Mas aí a Flávia me disse que ele era novo na linha e não tinha certeza do caminho. Pediu pra ela cuidar se ele estava indo certo.

Aproveitando o gancho, vou falar um pouco sobre os ônibus. Aqui em Edimburgo tem duas empresas de ônibus urbanos, a First e a Lothian. A Lothian é a "Carris" daqui; foi escolhida a melhor empresa do Reino Unido no ano passado. A First eu nunca usei, a Flávia diz que não é boa. Ambas possuem estes ônibus de dois andares, mas também têm os comuns. A First também tem trens. Ainda não andei de trem, mas já marcamos a passagem pra passar o Natal em Londres. Vai ser minha estreia, rsrsrs.

Esse é Lothian. Eu uso o 44 ou o 26 pra ir pro centro,
o 30 ou o 45 pra ir pra faculdade

Praticamente todos os ônibus são equipados com espaço para deficientes físicos e rampa de acesso. São permitidos animais nas viagens, sem problema nenhum. Mas não se pode comer dentro dos ônibus. Tem um jornalzinho de graça nos ônibus, o Metro, mas geralmente já não tem mais quando chega na minha parada, que é quase no fim da cidade. Outra coisa interessante é que tem um espaço na frente do ônibus pra colocar mochilas, sacolas, carrinho de bebê, etc. As pessoas entram, largam as coisas ali e vão se sentar. Ninguém mexe.

A passagem custa no momento £1.20, mas tem um esquema que é o "day ticket". Se for fazer mais de duas viagens no mesmo dia, a gente pede o day ticket, que custa £3.00 e pode ser usado indefinidamente durante o dia. Depois da meia-noite, existem os "night buses", que funcionam de hora em hora e só algumas linhas. Custam £3.00. Ainda tem a possibilidade de adquirir um cartão de ônibus, com as opções de semanal, mensal ou anual, sem limite de viagens, mas, no night bus, quem tem cartão paga metade da passagem. Estudante tem direito a desconto nesse cartão. Vale a pena pra quem usa bastante. Eu uso pouco, por isso ainda não fiz um. Custa £38.00 pra quatro semanas pra estudante.

Algumas paradas têm um dispositivo que marca o tempo que falta pra passar o ônibus. E funciona, na maior parte do tempo. Tem um sistema de ver a tabela de horários pelo celular também, usando o código da parada, mas ainda não aprendi como é. Bom, a questão do trânsito "invertido" é bizarra no começo, tem que se acostumar aos poucos. Dá um certo medo de atravessar uma avenida. Ainda olho pros dois lados, na dúvida. :P



sábado, 7 de novembro de 2009

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Fim das "férias"


Enfim acabaram as minhas "férias" e começaram as aulas. Em 22 de setembro. Eu estava com medo de não conseguir entender, então levei meu gravador. Mas achei que ia me dar muito trabalho ficar ouvindo as gravações depois e decidi me concentrar nas aulas. Até que deu pra entender bem, o ouvido já estava mais treinado, mas a língua ainda não se soltou. Bom, quem me conhece sabe que não sou de falar muito nem em português.

Tenho aulas às terças e às quintas, de manhã e de tarde. A terça é extenuante, a quinta cansa de tarde porque a aula não é interessante - métodos de pesquisa. A turma tem em torno de 14 (são 14 em algumas cadeiras, menos em outras e mais em pesquisa, que é junto com um pessoal do MBA). Tenho três colegas gregos, uma galesa, uma croata (que eu pensava que era kosovar, acho que não tinha entendido direito), uma irlandesa, duas inglesas, um australiano, duas finlandesas e duas escocesas. No MBA tem uns indianos, um paquistanês, uma japonesa, acho que dois alemães e mais uns que não sei de onde são.

Não converso muito, ainda não fiz amizades, mas tenho andado um pouco mais com os gregos, que são duas gurias e um guri. A galesa é bem louquinha, já foi escolhida a representante da turma. Desconfio que sou a mais velha. Mas quase todos têm alguma experiência com artes, à exceção de mim. O que torna as coisas um pouco mais difíceis.

O coordenador do curso, Douglas Brown, é muito querido, um sujeito tranquilo, tenta explicar tudo direitinho como funcionam as coisas. Gostei das aulas dele também. Depois tem uma professora de festivais que trabalha no Fringe, a Louise, que tem larga experiência. As aulas dela são mais ou menos, assim como as do James, que dá aula de tarde na terça e trabalhou junto ao Festival Internacional. Ambos sabem muito, mas me parece que partem do princípio que a gente também sabe. A pior aula disparado é a do Russell, o professor de pesquisa. É muito chata. E ele é australiano, não entendo metade do que diz, o sotaque é muito estranho.

Dia 2 de novembro entreguei meu primeiro trabalho. Não era uma coisa muito difícil, mas foi complicado pra mim, porque tenho que me adaptar a uma série de coisas. O estilo de trabalho é diferente do que estou acostumada, fora o fato de estar escrevendo em inglês academicamente pela primeira vez. Aguardo a nota, não sei quando sai; deve demorar, já que eles têm um sistema aqui de avaliação que passa por três professores, sendo um de fora da universidade. Se minha nota for muito ruim, nem vou contar.


quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Aniversário


Foi em setembro. É um pouco estranho passar o aniversário longe dos amigos e da família. Mas não passei sozinha. Claro que tinha a minha irmã, ela ainda não tinha me trocado por Londres. E alguns amigos dela. A Flávia reservou um restaurante em Musselburgh, a cidade aqui do lado. Só que o pessoal janta muito cedo aqui, mas tudo bem. Passei a tarde fazendo negrinho e branquinho pra receber o povo em casa depois do restaurante e quase me atrasei. A Flávia comprou uma torta.

Esses balões eu ganhei no restaurante, hehehe

Happy birthday to me...


Ganhei bombons, um vinho, um esfoliante, uma caneca do Hearts - um dos clubes de futebol daqui - e um "kit inverno".

Vai ser difícil torcer pra esse time, ele é vermelho...

Kit inverno: guarda-chuva, manta, bolsa de água quente (o ursinho), um chá antigripal, protetor labial e muitos lenços de papel