segunda-feira, 14 de junho de 2010

Rosslyn



Visitei a Capela de Rosslyn duas semanas atrás. É bacana. Pena que tem uma parte com obras que não dá pra olhar direito. Mas o passeio é legal.


Aproveitamos a folga da Flávia pra ir lá. Fica a 1 hora e pouco de Edimburgo, na cidade chamada Roslin (assim mesmo, com grafia diferente da da capela), e se vai em ônibus comum de linha. Por sorte, tem uma parada aqui perto de casa. Só que tem um porém, o ônibus é o 15, mas tem o 15A, que faz um trajeto parecido, mas não vai até lá. O primeiro que veio era o 15A, perguntamos pro motorista e ele disse que daria uma meia hora de caminhada até a capela. Era o tempo de espera do 15, então resolvemos pegar esse mesmo. Peguei um day ticket e, se não quiséssemos caminhar, era só trocar de ônibus no meio do caminho. Bom, mas aí, quando estávamos nos aproximando de onde achávamos que deveríamos descer, a Flávia perguntou novamente pro motorista onde era a parada. Aí ele sugeriu que fôssemos até o fim da linha, que era em outra cidade, que ele explicaria direitinho pra gente. Curtimos a viagem e esperamos a orientação. Essa linha passa por dentro do biocampus da Universidade de Edimburgo, bem interessante. A parte de veterinária parece bem grande. Eles têm até um centro de pesquisa de câncer em pequenos animais. Muito show.


Ao chegarmos ao fim da linha, o motorista nos disse que voltaria como 15, passando por Roslin. Tivemos sorte e não precisaríamos caminhar. Legal. Mais uns minutos e estávamos lá. A parada é na fente do Hotel Rosslyn. Meia quadra além tem as placas indicando a capela. Tem uma ruazinha de terra e logo chegamos lá.


Tem essa entradinha antes de chegar à capela

A entrada estava com desconto em função das obras, que limitam a visão da capela. Lá dentro não dá pra bater fotos, então só tenho fotos do lado de fora.







Aqui é o limite até onde dá pra bater fotos

A capela não é muito grande, mas o trabalho artesanal é impressionante. A quantidade de detalhes nas colunas e nos arcos internos motiva mesmo que se pense em "mensagens ocultas". Há algumas histórias em torno da construção também. A preferida da minha irmã é a da das colunas. Perto do altar há duas colunas, uma de cada lado. Uma é chamada "coluna do mestre", a outra, "coluna do aprendiz". Conta a história que o mestre esculpiu a sua coluna para mostrar ao aprendiz como ele deveria fazer. E então viajou e deixou a outra coluna a cargo do aprendiz. E o aprendiz fez a sua coluna com uma riqueza de detalhes muito maior, que em muito superou o trabalho do mestre. O mestre, ao retornar e ver o trabalho do aprendiz, sentiu-se ameaçado pela qualidade do pupilo e deu-lhe uma martelada na cabeça, matando-o na hora. O mestre então foi preso e condenado. E as colunas lá ficaram como testemunha da história.


Muitos andaimes do lado de fora também atrapalham a vista da capela






Na volta, passamos por muitos campos

Após a visita, almoçamos por lá mesmo e depois, retornamos a Edimburgo, com uma parada estratégica para um sorvete no Lucas, um dos melhores daqui.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Ceilidh


Ceilidh é um tipo de festa que tem aqui, tipo um baile. As músicas são típicas e cada uma tem um jeito específico de dançar. Já tinham me falado sobre as ceilidhs, mas eu não tinha tido oportunidade de participar. Pois a festa do Imaginate para todos os colaboradores era uma ceilidh. Eu estava em dúvida se ia, mas a Flávia reforçou o estímulo dado pelas companheiras de Imaginate e disse: "Vai, vai ser divertido". Minha preocupação era o trabalho que eu tinha que entregar na segunda e ainda não havia começado a fazer. Isso era sábado. Mas enfim, resolvi não perder a oportunidade.

Então lá fui eu pra festa. Não precisava se arrumar muito, me disseram que roupa e sapato confortável eram o melhor. Cheguei ao lugar um pouco atrasada, mas não tinha começado ainda. Encontrei algumas pessoas que tinham trabalhado comigo no festival e fiquei conversando um pouco. Depois de algum tempo, chamaram o povo que as danças iam começar.

Primeiro formam uma roda, depois começam as figuras - cada dança tem um nome, mas não aprendi pra colocar aqui

Tradicionalmente, o conjunto que toca uma ceilidh é composto por gaita-de-fole e outros instrumentos característicos. E as pessoas também usam roupas características, como o kilt. Mas essa ceilidh não era tão tradicional e só havia um acordeonista e um tecladista tocando. E só vi um sujeito de kilt. Mas as danças eram as mesmas das ceilidhs tradicionais.

Ao fundo, pode-se ver o teclado (que normalmente não é usado em ceilidh)


Então, cada par começa a girar pelo salão. A loira de rabo-de-cavalo é a Lisa, colega da Flávia que trabalhou comigo no North Edinburgh Centre durante o Imaginate. Atrás dela, o Alex, chefe dos voluntários

A cada dança, o gaiteiro explica o que tem que fazer. Começa devargarzinho e vai aumentando um pouco a velocidade. Geralmente é assim: casais se juntam no salão e formam uma roda com os demais participantes, e aí tem rodopios, troca de par, saltinhos, palmas e uma série de figurasNum primeiro momento, fiquei só olhando. É interessante de ver, mas divertido de participar. Olhei umas duas ou três danças, mas dali a pouco o gaiteiro mandou cada um da roda pegar alguém de fora pra dançar. Não me escapei, veio um e me puxou pro meio do salão. Toda atrapalhada, tentei dançar. Foi difícil, saiu uma coisa sem coordenação nenhuma. Aliás, outra característica dessas festas é que ninguém sabe dançar direito, vale pela diversão.

Além da troca de par toda hora, é comum mulher dançar com mulher, porque normalmente não tem homem suficiente. A de vestido azul e meia preta é a Geraldine, com quem trabalhei na Church Hill

Eu não estou nas fotos porque na hora que dancei não tinha nenhum conhecido por perto pra eu pedir pra bater foto de mim.

Algumas lembram um pouco as danças tradicionais gaúchas


Esta, por exemplo, tem algo de chote das duas damas (que não dá pra perceber pela foto...)


E aí está o solitário de kilt. Mas ele não colocou a vestimenta completa, já que estava de camisa polo. O tiozinho é um dos nomes mais importantes do Imaginate, é ele que viaja o mundo atrás dos shows pra trazer pra cá

Quando eu estava quase me acertando com meu par, o gaiteiro mandou trocar de par. E aí é uma função! A cada volteio da música tem que trocar de par. Não tem como se acertar! Mas realmente é divertido, só que depois de dois minutos saltitando, meu coração parecia que ia sair pela boca. Não faço exercício há um ano. Quando acabou a música, o gaiteiro disse que ia ter uma pausa pra recuperar as forças. Foi a minha deixa pra cair fora...