Já faz um tempinho, mas ainda não falei da ida a Londres. Foi legal, mas meio diferente passar um Natal longe da família e com outros costumes. Bom, estava com a minha irmã, mas o clima é completamente outro. Em dois sentidos, hehehe. A começar pelo frio. Mas como gosto de frio, tava bom. Só não tive meu "White Christmas", já que não nevou lá.
No trem, a caminho de Londres
Saímos de Edimburgo dia 23 de manhã. Tinha dado uma nevasca forte de noite, acumulando bastante neve, como dá pra ver na foto do post anterior. Fomos de trem, minha primeira viagem nesse veículo. É bem interessante, rápido, seguro, mais ou menos confortável, mas também atrasa...
Atrasou uma meia hora, nada que tivesse consequências pra nossa programação. Chegamos ao albergue por volta de 17h30min, tinha fila no check-in. Mas foi tranquilo. Descansamos um pouco e depois fomos jantar. A Flávia queria ir numa churrascaria, já que quase três anos longe dos pagos causam uma abstinência de carne absurda. Fomos caminhando, o restaurante não era muito longe.
Boa comida, nada excepcional, mas deu pra enganar a vontade de comer churrasco. Nosso garçom era espanhol, mas logo apareceu uma brasileira servindo as bebidas e ficou nos atendendo.
Chazinho de menta pra ajudar na digestão
Barriga cheia, caminhada de volta pro albergue pra fazer a digestão, hehehe. Nossa colega de quarto era australiana e, pra variar, a Flávia ficou de papo com ela. Ela iria embora cedo na manhã seguinte. E nós íamos nos encontrar com a Jen e o John, que seriam nossos anfitriões no Natal. O combinado era se encontrar no Globe, o teatro do Shakespeare. Fomos caminhando pra aproveitar e bater fotos. O problema é que tínhamos malas e, embora com rodinhas, tinha escadas no meio do caminho. Quando chegamos ao Globe, eu estava bem cansada.
Aí está o teatro
Bom, a Jen tava com uma gripe forte e deciciu não ir, então só o John apareceu. O espetáculo a que assistimos era meio bizarro, ainda não me acostumei com certas esquisitices dessa gente de teatro... mas foi legal. Era uma companhia francesa, mas a apresentação foi em inglês. Já estou entendendo bem, só que algumas piadas ainda me escapam.
Eu, a Flávia e o John, fazendo que não nos conhece
Lá dentro
Maquete
Depois do show, fomos pra "casa". Pegamos o "tube" e sacaneamos o John. Ele esqueceu o boné no metrô, mas eu vi e escondi. Aí, quando ele se deu conta, a Flávia disse que ele devia ter esquecido no outro metrô, já que trocamos no meio do caminho. Eu e a Flávia embrulhamos o boné e demos de presente de Natal pro John, foi muito engraçado!
Bom, o Natal aqui é comemorado no dia 25 mesmo, não na véspera, como a gente. Na noite do 24 não acontece nada. A Jen tem o hábito de assistir a "Nightmare before Christmas", então foi o que fizemos. No outro dia, abrem-se os presentes, que ficam sob a árvore de Natal. Não tínhamos colocado os presentes lá, então corremos de manhã pra pôr, mas a Jen e o John já haviam aberto os deles. De tarde, eles receberam uns amigos e de noite jantamos, o que seria uma refeição especial de Natal. Alguns fazem do almoço a hora especial. Normalmente se come peru ou ganso aqui. Nós comemos roast beef. Esqueci de bater fotos do Natal na casa da Jen, então não tenho nada pra ilustrar esse momento. Mas tenho uma foto de um "vizinho" deles...
Esse gato apareceu por lá e é um folgado. Ele vem na janela e pede pra entrar.
Outro dia tava dormindo numa estante da cozinha...
No 26, eu e a Flávia queríamos passear um pouco, mas nada das atrações turísticas funcionava nesse período. Mesmo assim fomos ao centro. Até algumas estações do metrô fecharam. Tivemos que ir mais longe pra embarcar. Acabamos indo ao cinema ver "Avatar" em 3D. Legal, mas quase me recusei a pagar £17,50 por um ingresso e ainda assistir a meia hora de comerciais. Extorsivo.
Na saída, passamos num pub pra jantar. Voltamos pra casa e no outro dia voltaríamos a Edimburgo. A Jen e o John iam pra Bruges e deixaram a chave da casa com a gente, pois eles sairiam mais cedo que nós. Então juntamos nossas tralhas e fomos à Torre de Londres, que nesse dia estava aberta.
Na frente da Torre eram feitas as execuções: enforcamento ou decapitação em praça pública. Segundo a Wikipedia, a última execução foi em 1941, por fuzilamento
Entrada da Torre. Eles fazem a gente abrir a mala e revistam a bolsa também
A Flávia no meio do grupo
Esses corvos são "cativos". Diz a lenda que tem que ter pelo menos seis corvos nos jardins da Torre. Se o número cair, vai ser o fim do império britânico. Então eles cortam as asas dos bichinhos pra eles não irem embora...
Tinha uma exposição do Henrique VIII lá e a Flávia queria me levar. Ela sempre mexe comigo, porque diz que o Henrique VIII é parecido com meu ídolo João de Almeida Neto. Mas, além disso, eu gosto de história e queria mesmo ver a exposição. Era sobre as armaduras do rei, bem interessante, mas não dava pra tirar foto. E estávamos novamente carregando malas, com a agravante de que lá dentro não podia rolar a mala, tinha que carregar no braço.
Ficamos umas três horas lá. Além da exposição, tinha uma pequena visita guiada a alguns espaços da Torre. Lá foi um forte e prisão. Hoje ainda é do exército, tem guardas lá dentro. Tinha outra exposição, das joias da coroa, mas a fila era imensa e o nosso tempo, curto. Então fomos embora, caminhando ao largo do Tâmisa até uma estação do metrô para King's Cross, onde pegariamos o trem. Paramos num pub pra comer antes do metrô. Comi presunto com ovos, prato tradicional. E essa foi minha estada em Londres, 13 anos depois da primeira visita.